segunda-feira, 27 de julho de 2015

A Intimidade é Algo Pessoal

(Retrato de Taryn Szpilmann - Pintura em tinta óleo - por Judite Pimentel)

Dois corpos jogados na cama. Corpos semi-mortos rodeados de ar pouco e gasto. Extrapolaram os limites do proibido, fizeram do kamasutra um livro inocente. Ele pegou um cigarro para si e arriscou dar um a ela, que, querendo ou não, aceitou. Ficaram por uns instantes olhando o acaso, imersos em nostálgicos pensamentos, tentando de alguma forma individualizar a unificação corporal do momento anterior.
Mas o prazer é finito, pois caso contrário não poderia responder por esse nome e assim, foram aos poucos voltando à realidade e a sentir suas respectivas pernas. Enquanto a adrenalina se reprimia. Matheus começava a reparar os móveis a sua volta e numa dessas pinceladas reparou um amontoado de folhas sobre a escrivaninha, que pareciam jogadas, mas não de um modo qualquer, de um jeito suave e desajeitado.
Para “quebrar o gelo”, que por incrível que pareça, havia se formado, ele resolveu perguntar do que se tratava aqueles papéis com uma imagem tão convidativa. Ela friamente respondeu “são escritos meu”. Matheus, tentando estabelecer uma comunicação, sugeriu que lesse algum para ele. E ela de forma desprezível disse que “aí já é intimidade de mais”.

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